Ministério Público investiga desvio de 19 milhões do Idema

Desvio milionário no Idema é investigado pelo MPRN – Foto Lourivan de Souza/Foto repórter
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), através da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Natal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil, deflagrou na manhã de ontem, 2, a Operação “Candeeiro”, buscando descortinar esquema milionário no âmbito do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), entre os anos de 2013 e 2014. “A investigação visa identificar uma refinada associação criminosa instalada na sua unidade instrumental de finanças e contabilidade, em comunhão de desígnios com o então diretor administrativo e com auxílio de terceiros estranhos ao órgão, utilizava-se de ofícios autorizadores de pagamento como forma de desviar recursos em benefício próprio ou de terceiros”, afirmou o ministério Público..
Segundo apurado até o presente momento, os valores desviados dos cofres do Idema em favor de tais empresas, com as quais o próprio órgão atualmente não reconhece qualquer espécie de contratação, contabilizam o montante de R$ 19.321.726,13, mais da metade advindos de conta oculta, aberta em março de 2013.
Participam da operação 26 promotores de Justiça e cerca de 100 policiais nas cidades de Natal/RN, Parnamirim/RN, Santana do Matos/RN e Mossoró/RN, para cumprimento de 5 mandados de prisão temporária, 10 mandados de condução coercitiva e 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da 6ª Vara Criminal da Comarca de Natal, que igualmente decretou o sequestro de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas alvos da investigação.
Segundo o MP, até o momento já foram identificadas como beneficiárias do esquema ilícito de desvio de recursos públicos as empresas A Macedo Mafra-ME, Fabíola Mercedes da Silveira ME, Conceito Rent a Car Ltda ME, J E de O Soares ME, Ramon Andrade B F Souza ME, M D S de Lima Serviços ME e Antônio Tavares Neto ME, todas vinculadas a pessoas da unidade instrumental de finanças e contabilidade. O dinheiro, em sua maior parte, era sacado em espécie nas instituições financeiras mantenedoras das contas das empresas.
No decorrer da investigação, foi verificado que diversos ofícios eram expedidos com o propósito de determinar ao Banco do Brasil a transferência de valores, a partir de contas de titularidade do  Idema, a empresas que não possuíam qualquer vínculo contratual com o órgão.
Tal procedimento, sem que fosse realizado qualquer registro no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAF) do RN, nem informada a contratação das empresas beneficiárias ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).  A investigação constatou fortes indícios de autoria de crimes como: Formação de quadrilha/associação criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público, uso de documento falso, extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento.

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