Ao todo, nove fuzileiros navais participam do Curso de Comandos Anfíbios..
Militares percorreram 40 quilômetros entre a mata seca do interior potiguar.
Um grupo de fuzileiros navais participou de um curso especial de
Comandos Anfíbios entre a terça (27) e esta quinta-feira (29). Ao todo,
os militares percorreram 40 quilômetros entre os arbustos secos e cactos
cheios de espinhos entre as cidades de Lajes e Cerro Corá, na região central do Rio Grande do Norte.
Dos 43 fuzileiros que iniciaram o curso, apenas nove continuam tentando
entrar nos Comandos Anfíbios, que é uma tropa de elite da Marinha do
Brasil.

curso (Foto: Elias Medeiros/G1)
O exercício simulou a captura de criminosos na região da caatinga. "No
curso, os homens passam por avaliação física, de saúde e psicológica.
Dos 43 que iniciaram o curso este ano, restaram apenas nove e esse
número ainda pode diminuir", falou o capitão-de-corveta Fabrício
Barroso. "A missão nesse simulado aqui no sertão do Rio Grande do Norte é
capturar criminosos após uma denúncia. Eles foram soltos na cidade de
Lages e tiveram que andar entre a mata seca por 40 quilômetros até achar
o alvo na cidade de Cerro Corá. Além da vegetção, o solo aqui é
rochoso, o que dificulta o avançar da tropa. Mas o que mais castiga é
sol forte, o céu sem nuvenscom um calor intenso durante todo o dia",
completou.
Os Comandos Anfíbios são preparados para realização de operações
especiais. Ao iniciarem o exercício, cada aluno carrega um fuzil 762 que
pesa cerca de 4,5 quilos e uma mochila pesando 30 quilos. "Eles levam
um pacote com rações suficiente para 24 horas, água e baterias para
comunicação. Como todo o exercício dura quase 48 horas, eles devem
arranjar comida e água na caatinga, o que é muito difícil", frisou o
comandante Barroso.

Para conseguirem alimento e água extras, eles foram instruídos a
comerem os cactos da região. "Mostramos aos homens como se obter
alimento no meio dessa seca toda, com escassez quase que total de
recursos. Eles estão capcitados a coletarem cactos, como xique-xique,
palma e coroa-de-frade, a retirarem os espilhos e comerem esses
vegetais. Sabemos que isso não é suficiente para alimentar um homem, mas
eles devem estar peparados para agir assim em uma situação de
sobrevivência", falou o sob-oficial Martins de Souza.

Para o exercício, a Marinha do Brasil disponibiliza uma estrutura
paralela para atender urgências dos alunos. "Há o risco de desidratação
por causa do calor aqui nessa região. Caso alguém passe mal e queira
desistir do treinamento, temos todo um aparato médico e de resgate para
esses alunos", frisou o comandante Barroso. A Marinha aproveita o
exercício para fazer uma ação social, distribuindo água potável em
carros-pipa na região onde há o teinamento.
O exercício simulado foi iniciado na manhã da terça e concluído às 5h
desta quinta. "De um modo geral, o treinamento na caatinga do Rio Grande
do Norte foi exitoso. Os fuzileiros conseguiram capturar o inimigo.
Agora vamos para outro estado, onde esses miliatres passaram por outro
tipo de preparação", concluiu. O curso é ministrado no Centro de
Instrução Almirante Sylvio de Camargo, no Rio de Janeiro, com duração de
25 semanas.
Fonte : G1/RN
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