Estudantes potiguares apresentarão projetos em Londres

De Mossoró, participa a aluna do Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana, Thatielly Thainara Silva Gomes, com o projeto que desenvolve uma pomada com atividade anti-inflamatória e cicratizante a partir do extrato de ximênia.

 
Professor e alunos de Tibau  Jonathan e Pâmela Cibely recebendo um cheque de incentivo a Educação da Prefeitura Municipal de Tibau como ajuda de custo na viagem
Um grupo de alunos de escolas públicas do semiárido potiguar está entre os 350 jovens cientistas de 60 países que embarcaram ontem para participar do 56o London International Youth Science Forum (LIYSF), no Imperial College, em Londres, Inglaterra. De Mossoró, participa a aluna do Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana, Thatielly Thainara Silva Gomes, com o projeto que desenvolve uma pomada com atividade anti-inflamatória e cicratizante a partir do extrato de ximênia.
Além da aluna mossoroense, embarcaram outros estudantes potiguares, sendo um de Tibau (Escola Estadual Rui Barbosa) e dois de Umarizal (Escola Estadual 11 de Agosto). Os jovens estão sendo acompanhados por um professor e pela diretora da 12ª Diretoria Regional de Educação e Desporto (12ª DIRED), Magali Delfino. O evento acontecerá durante o período de 23 deste mês a 6 de agosto próximo. Ao todo serão três projetos do Rio Grande do Norte expostos.
Sob o tema Eureka! – Descoberta e Desenvolvimento em Ciência, o LIYSF2014 discutirá de que forma os cientistas podem criar novas soluções e abordagens para desafios importantes. De acordo com os organizadores, o evento deverá considerar como a ciência gerencia – ou deveria gerenciar – os processos de inovação para alcançar o máximo de benefícios; e como as soluções propostas podem afetar e serem afetadas no que diz respeito à ética, à economia, à política, à logística e com fatores sustentáveis.
Para Magali Delfino, a participação dos alunos neste tipo de evento tem grande importância tanto para a vida pessoal como para a profissional. “Esses jovens estão tendo a oportunidade de vivenciar momentos únicos, de conhecer uma cultura diferente da nossa. Com certeza eles voltarão com uma bagagem intelectual diferente da que estão levando”, destacou a diretora.
Com seu projeto, Thatielly Thainara Silva Gomes buscou avaliar o potencial cicatrizante e anti-inflamatório do extrato de partes vegetativas da Ximênia Americana L. (conhecida pelos nomes de ameixa-brava, ameixa da Bahia e ameixa de espinho), uma vez que a referida espécie, além de apresentar comprovada ação antimicrobiana, possui, também, uma série de metabolitos secundários com enorme potencial, culminando com a produção de medicação de uso tópico. Os resultados obtidos são de expressiva contribuição para a comunidade que utiliza fitoterápicos com a ação anti-inflamatória e cicatrizante.
Já o aluno da Escola Estadual Rui Barbosa, de Tibau, Jhonatan Victor Gomes Piffer, juntamente com o professor Victor Silva do Carmo (orientador) apresentarão o projeto ‘Real brasileirismo: uma proposta para mudança de atitude’. Durante a experiência, os pesquisadores buscaram envolver os colegas de turma, para que, através de manifestações artísticas, mudassem a postura relacionada às aulas de língua portuguesa. A ideia era transformá-los em alunos mais conscientes, críticos, leitores e produtores de textos. “Como didática de reforço da teoria da disciplina, foi proposta aos estudantes a oportunidade de construir um estilo de época, em que tivessem contato com expressões como literatura, pintura e música”, explicou o professor Victor Silva do Carmo, orientador do projeto.
Aleksander Rafael Silva e Dennis Deniam de Albuquerque Ribeiro, alunos da Escola Estadual 11 de Agosto, de Umarizal, apresentarão o projeto ‘Aveus – Ambiente virtual educacional utilizando servidor’. Preocupados com o descarte inadequado do lixo eletrônico, os estudantes desenvolveram um projeto para coletar e dar nova destinação a equipamentos eletrônicos que seriam descartados de maneira incorreta. Após restauração, puderam utilizar softwares livres e gratuitos, nos equipamentos projetados. Os pesquisadores realizaram um experimento, para demonstrar que aparelhos em bom estado de funcionamento, na maioria das vezes, são jogados na natureza de forma inadequada, junto com o lixo comum, o que pode ser prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana em função de seus componentes. Os novos produtos poderão ser utilizados para a exibição de vídeos, acesso à internet, realizar pesquisas, ouvir músicas, redigir e editar textos, produzir planilhas e apresentações.
Além de exporem os seus projetos, os estudantes participarão de palestras, visitas a centros de ciência e de pesquisa e fóruns de discussão com renomados cientistas. O evento inclui visitas a locais históricos e culturais da cidade. Dentro do circuito de visitas estão as universidades de Cambridge e a de Oxford, quando terão a oportunidade de conhecer algumas pesquisas realizadas nas duas instituições. Todos esses momentos caracterizam uma experiência única aos jovens cientistas. O fórum que acontece, desde 1959, proporciona, também, a troca de experiências com os participantes dos demais países.
Os projetos participantes do 56º LIYSF foram premiados, durante a 3ª Feira de Ciências do Semiárido Potiguar, realizada em Mossoró, em outubro do ano passado. A Feira é parte integrante do Programa de Extensão Ciência para Todos no Semiárido Potiguar, da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido, e da UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura e apoio das DIREDs – Diretorias Regionais de Educação.
Gazeta do Oeste

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