
Cada R$ 1 investido por firma em campanha gera retorno de R$ 8,50
Após
as manifestações de junho, o debate em torno da reforma política
dominou o noticiário do País e o financiamento das campanhas políticas
se tornou um dos principais temas da discussão. Um estudo feito no
Brasil do Instituto Kellogg, dos Estados Unidos, indica que as empresas
que doam dinheiro para campanhas eleitorais têm um retorno de até 850%
em cima do valor que investiram no candidato.
Idealizador
da Lei da Ficha Limpa, que impede a participação de candidatos
condenados criminalmente em tribunais colegiados, o juiz eleitoral
Márlon Jacinto Reis é um dos criadores do movimento de combate à
corrupção. Reis, que também é diretor do MCCE (Movimento de Combate à
Corrupção Eleitoral), afirma que o negócio é lucrativo para empresas que
investem em políticos.
—
Há uma pesquisa do Instituto Kelloggs no Brasil que mostra que a cada
R$ 1 investido nas campanhas [políticas] há um retorno em contratos
públicos da ordem de R$ 8,50. É um lucro de 850%. É o melhor negócio que
conheço até agora. É melhor do que vender água.
Nesta
semana, o MCCE se encontrou com a presidente Dilma Rousseff em Brasília
para expor os pontos da "Campanha Eleições Limpas". O projeto prevê o
fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas,
limite para doação de pessoa física para partidos e eleição para o
Legislativo em dois turnos, com a escolha dos partidos no primeiro e dos
candidatos propriamente ditos no segundo.
O
brasileiro, quando vai às urnas, não escolhe o candidato por ideologia
ou pelas propostas de governo que oferece ao eleitor, explica Reis. O
processo eleitoral atualmente está focado basicamente em dinheiro,
segundo o juiz de direito.
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