Grito da Saúde pede abertura da UPA Belo Horizonte

Concentração aconteceu em frente ao prédio e depois foi realizada uma caminhada
As opiniões dos moradores do Belo Horizonte, Carnaubal e Alto do Xerém são bem parecidas quando o assunto é a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região que foi construída, equipada, finalizada, inaugurada e ainda não entrou em funcionamento. O fechamento do equipamento que poderia estar servindo à população foi um dos principais alvos de protesto no Dia Nacional de Mobilização e Paralisação.
A sexta-feira, 30, foi marcada por mobilizações, protestos e paralisação das atividades realizadas por movimentos sindicais, pastorais, entre outros, em todo o Brasil.
Em Mossoró o foco foi o fechamento da UPA no Belo Horizonte. A concentração aconteceu em frente ao prédio e em seguida foi realizada uma caminhada pelas ruas do bairro.
"Inauguraram o prédio, colocaram as coisas lá dentro, mas não abriu. Do que adianta?", questiona o morador da área, Antônio Lopes. O aposentado reclama que toda vez que ele ou alguém da sua família precisa de atendimento médico tem que se deslocar às UPAs do Santo Antônio ou Alto de São Manoel, que ficam muito distantes, ainda mais para quem tem dificuldades de transporte.
O morador Henrique Inocêncio aguarda a abertura do prédio e o pleno funcionamento. "Esperamos que abra o mais rápido possível e que tenha médico para atender o povo que já sofre demais com os problemas que existem no bairro", critica.
O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Mossoró (SECOM) e um dos articulares do movimento, Carlos Antônio da Silva, destacou que o Grito da Saúde é uma prévia do Grito dos Excluídos, que será realizado no dia 7 de setembro em todo o País.
A diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS) da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Raimunda Soares, disse que a entidade apoiava o movimento, principalmente na luta pela redução da carga horária sem redução dos salários. "A carga horária semanal hoje dos trabalhadores são de 44 horas. Nós queremos que haja uma redução para 40 horas, pois as pessoas precisam de um tempo para o seu lazer, para suas atividades religiosas, familiares e para o seu descanso", destaca.
O dirigente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Aldeirton Pereira, sugeriu que os moradores do bairro, juntamente com os movimentos sociais fossem mais enérgicos na hora de reivindicar a abertura da UPA. "Devemos convocar as pessoas para uma ação mais efetiva, inclusive fazendo uma vigília aqui em frente ao prédio até que a Prefeitura tome medidas e abra as portas desse patrimônio que é do povo", disse.
José Torres Filho, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), disse que a entidade unia forças às reivindicações nacionais e também a pautas específicas da categoria a qual representa. "Ainda estamos com pendências no nosso Plano de Cargo, Carreiras e Salários que foi prometido na greve do ano passado que fizemos e até agora não foi resolvido. Também é pauta nossa a campanha salarial 2013 e a cobrança ao Governo Federal por melhores condições de trabalho", afirmou.
Max Medeiros, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e integrante do #Movimento Pau de Arara, estava representando a classe estudantil. "Não podemos deixar de apoiar um movimento que critica as ações irresponsáveis do poder público que a população acaba sofrendo as consequências", comentou.
REIVINDICAÇÕES
Os itens da pauta priorizados nos atos de ontem foram contra o Projeto de Lei nº 4330/04 que retira direitos dos trabalhadores e piora muito as condições de trabalho, renda e segurança; pelo fim do fator previdenciário; pelas 40 horas semanais sem redução de salário; 10% do PIB para a educação; 10% do orçamento da União para a saúde; transporte público e de qualidade; valorização das aposentadorias; reforma agrária; e suspensão dos leilões do petróleo.

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