Deputado Nelter Queiroz está sob guarda armada do BOPE
POR MARCO CARVALHO - DO NOVO JORNAL

O
deputado estadual Nélter Queiroz está sob proteção diuturna de
policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar potiguar
(Bope). A segurança foi requisitada pelo presidente da Assembleia
Legislativa, deputado Ricardo Motta, e concedida pelo secretário de
Segurança do Estado, Aldair da Rocha.
A
proteção teve início na quinta-feira passada, quando os policiais
fardados, armados e em viatura caracterizada do Bope passaram a
acompanhar o deputado Nélter Queiroz. Ao NOVO JORNAL, por telefone, o
deputado esclareceu a segurança armada: "Não há nenhum fato novo. Mas
ninguém sabe o que pode acontecer. O interior do estado é muito violento
e recentemente foi registrado um homicídio em Jucurutu".
Ao
falar em "nenhum fato novo", o deputado faz referência as ameaças de
mortes registradas contra ele em interceptações telefônicas no ano de
2011. O presidente da Câmara de Vereadores de Assú, Odelmo de Moura
Rodrigues, teria planejado contratar dois homens para matar o deputado
por R$ 50 mil.
A
motivação, de acordo com o que apontou a investigação da Polícia Civil,
seria a cobrança que Nelter Queiroz estaria realizando para que um
homicídio cometido na região fosse esclarecido. Odelmo Rodrigues não
teria gostado de ver a cobrança e planejou a execução do parlamentar,
segundo apurou a polícia.
Para
a Polícia Civil, em visão ratificada pelo Ministério Público Estadual,
Odelmo seria o chefe de uma quadrilha com atuação na Região Oeste do RN.
"A petulância do grupo e de seu maior chefe atual, o indiciado Odelmo,
levou-os a intimidar com ameaças e planos de morte membros de poderes
instituídos no RN, como no caso da intenção de matar o atual deputado
estadual Nélter Queiroz", relatou os promotores de Justiça Jovino
Pereira da Costa Sobrinho e Patrícia Antunes Martins.
O
suposto plano não foi executado porque os homens contratados não
cumpriram o que foi acordado. De acordo com a Polícia Civil, Paulo
Douglas e Vanderlei Ulisses foram mortos pela quadrilha de Odelmo por
não cumprirem o planejamento de matar o deputado. Ambos homicídios foram
registrados em 2011.
Os
autos do processo revelam a preocupação das autoridades com a
descoberta do suposto planejamento. O delegado-geral Fábio Rogério Silva
se reuniu com o deputado para comunicá-lo das ameaças ainda no ano
passado. Nélter prestou depoimento ao delegado Odilon Teodósio,
oportunidade na qual detalhou o seu conhecimento sobre a situação de
violência naquela região do interior do estado.
PREFEITO
Além
do deputado Neltér Queiroz, o prefeito de Assú, Ivan Júnior, está sob
proteção de policiais do Bope. A requisição foi realizada ao secretário
de Segurança e atendida desde a semana passada. O comando-geral da PM
confirmou que o pedido para ostensividade e proteção policial foi
motivado pelo fato de o prefeito estar correndo risco de morte.
Ao
NOVO JORNAL, inicialmente Ivan Júnior, que está em campanha pela
reeleição, negou que a proteção fosse pessoal. "Havia pedido para que o
policiamento da cidade fosse reforçado desde o começo do ano e agora fui
atendido". Em novo contato, o prefeito reserva quanto à proteção que
vem recebendo e disse que não iria comentar a motivação para o cuidado
especial.
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