Menina desaparecida em Tibau é encontrada morta

O corpo da estudante Cíntia Lívia de Araújo, 12, que residia na rua Padre João Venturele, em Tibau, foi encontrado já em avançado estado de decomposição, na manhã de ontem, dentro de um poço artesanal localizado no muro de uma casa da rua Ocivan Florêncio Pereira, 22, na praia das Emanoelas. O crime está sendo atribuído a um vizinho da família, identificado como Poliano Cantareli Fernandes de Lacerda, 35, que foi preso ainda na manhã de ontem e confessou o crime.
Cínthia Lívia havia desaparecido na noite do último sábado, quando saiu de casa por volta das 19h, para comprar chiclete, e foi abordada pelo acusado, em uma motocicleta, que convenceu a garota a subir na garupa, com o pretexto de levá-la para ajudar em uma tarefa.
Segundo informações do delegado Renato Batista, que investiga o caso, o corpo foi achado por volta das 7h30, pelo caseiro da residência, no momento em que ele foi fazer a limpeza do imóvel e ligou a motobomba para encher a caixa, exalando um cheiro forte de podre na água. "Ao ver o que teria provocado o odor, o caseiro quando retirou a tampa do poço viu o corpo boiando. Imediatamente ele acionou a polícia, tendo a notícia se espalhado e os populares que foram chegando identificaram logo que seria a garota desaparecida, que também foi reconhecida superficialmente pelos familiares", destacou o delegado durante uma coletiva.
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) compareceram ao local para removerem o corpo de dentro do poço. "Foi preciso o Corpo de Bombeiros explodir a tampa do poço para facilitar a remoção do cadáver", disse.
O corpo da menina teve que ser enviado ao Itep de Natal para exames mais detalhados. "Nós enviamos o cadáver a Natal devido o Itep de lá ter melhores condições para realização de exames. Além da necropsia, solicitamos também exames patológicos (sangue, urina, conjunção carnal), que devido ao tempo de decomposição não podemos fazer a coleta aqui", explicou Valentim Martins, diretor o Itep Mossoró.
O retorno da equipe enviada pelo Itep a Natal estava previsto para a madrugada de hoje e o laudo com a causa da morte deverá sair na próxima semana.

Poliano Cantareli conta detalhes de como matou a criança e jogou corpo no poço
Depois que a notícia da localização do corpo da menina Cínthia Lívia se espalhou pela cidade de Tibau, populares começaram a dar informações à polícia que Poliano Cantareli poderia estar envolvido na morte, por ele ser bastante chegado à família e durante todo o sumiço da garota não ter sido visto com frequência na cidade.
A partir de então, a polícia identificou que a residência onde o corpo foi achado fica em frente a uma casa que o suspeito toma conta e por esse motivo tinha conhecimento que o local passa a maior parte do tempo fechado. "Passamos a montar uma estratégia para prender o Poliano e espalhamos agentes por várias ruas, porém tomamos conhecimento que ele havia fugido em um táxi com destino a Mossoró. Enviamos uma equipe e o prendemos na entrada de Mossoró. Ele não reagiu à prisão e contou detalhes sórdidos de como tudo aconteceu", disse o delegado Renato Batista.
Levado à DP Regional de Mossoró, Poliano Cantareli disse que cometeu o crime ainda às 20h do último sábado, depois que a garota reagiu quando ele tentou manter relações sexuais com ela. "Tentei abusar sexualmente dela, mas ela reagiu, passei então a espancá-la e enforcá-la, momento que ela desmaiou ou morreu. Depois abri o poço e joguei o corpo dela dentro", disse o suspeito durante seu depoimento.
Poliano disse que já teve um caso amoroso com a mãe da menina, com uma irmã dela e iria tentar ter também um caso com Cínthia Lívia. "Quem sustentava a família dela era eu, então me fizeram raiva e resolvi ter relações com ela também", ressaltou em outra parte do seu depoimento à polícia.
Na casa do acusado os policiais encontraram várias fotos e DVDs com mulheres peladas, inclusive menores de idade.

População enfurecida tenta linchar adolescente filho do assassino confesso de Cínthia Lívia

A população da cidade de Tibau, revoltada com o crime hediondo, se dirigiu à residência do acusado e tentou queimar a casa e linchar um adolescente de 14 anos, filho de Poliano, que estava no imóvel.
O linchamento só não foi concretizado porque a polícia interveio, enviou guarnições da Rocam e do destacamento local da PM para conter a fúria da multidão. O adolescente teve de ser conduzido juntamente com a mãe, que está grávida, e com uma irmã para Mossoró.
No entanto, a população prometeu voltar depois para queimar a casa.