Família teme silêncio de sequestradores do jovem empresário
A falta de notícias por parte dos
sequestradores, com pedido de resgate ou outras instruções, tem
atemorizado a família do jovem empresário mossoroense. Até às 21h de
ontem, horário de fechamento desta edição e mais de 48 horas depois do
crime, ocorrido na madrugada do domingo em um parque de vaquejadas no
município de Ceará-Mirim (Região Metropolitana de Natal), o “silêncio”
dos bandidos tinha se mantido total e alimentava especulações, não
confirmadas por pessoas relacionadas com a família do jovem, de que o
crime tenha outras conotações. De acordo com fontes policiais ouvidas
pela reportagem, se o caso for de sequestro a suspeita maior é de que a
quadrilha tenha origens no Estado do Ceará. A TRIBUNA DO NORTE decidiu
não dar publicidade ao nome da vítima por entender que essa atitude pode
contribuir para um bom desfecho do caso e preserva a integridade da
família do jovem empresário, bastante conhecida pelas atividades
empresariais concentradas em Mossoró. A demora do contato por parte dos
sequestradores está sendo interpretada por fontes do jornal como a
possibilidade de que o caso não tenha motivação financeira. Dessa forma,
seria uma ação de vingança ou retaliação contra o pai do jovem
empresário. Através da assessoria de comunicação, a Delegacia-Geral da
Polícia Civil (Degepol) informou que permanece fora do caso a pedido da
família. O sequestro ocorreu durante a madrugada do domingo passado, no
parque de vaquejadas Lourival Pereira – às margens da rodovia BR-406, em
Ceará-Mirim. De acordo com relato de funcionários do local, o jovem de
19 anos de idade havia acabado de competir e estava no caminhão que usa
como base e para o transporte dos cavalos. Freqüentador assíduo de
vaquejadas pelo interior do Rio Grande do Norte, o jovem as vezes se
fazia acompanhar por seguranças. Mas, durante o final de semana passado,
apenas um tratador de cavalos, funcionários antigo da família, estava
com ele. “Ele estava descansando no seu caminhão, logo após
competir. Foi quando um homem se aproximou elogiando o veículo e
perguntando se ele negociava animais“, relatou uma testemunha
presente ao local. Três homens armados com pistolas e revólveres
renderam o tratador de cavalos e o jovem, conduzindo os dois para um
veículo de cor preta. “Esse carro partiu com tudo em meio às pessoas
que se aglomeravam em torno do parque, para a festa que estava
acontecendo ali de lado. Mas naquele momento ninguém sabia do que se
tratava“, disse essa testemunha. O tratador de cavalos foi
abandonado pela quadrilha no município de Santa Maria, a 45 quilômetros
do Parque. O carro chegou à cidade pela rodovia RN-064 e os criminosos o
abandonaram às margens da rodovia BR-304. A estrada liga o Rio Grande
do Norte ao Ceará e reforça a tese levantada por fontes policiais de que
a quadrilha seja oriunda do Estado vizinho. A forma como o sequestro
foi praticado, com estudo anterior da rotina da vítima, é outro ponto
citado pelas fontes do jornal. Durante a manhã de ontem, a reportagem
retornou ao parque de vaquejadas. Lá, quase todas as estruturas móveis
montadas para o grande evento realizado durante o final de semana
estavam desmontadas ou em processo de desmontagem. Nenhum representante
do parque foi encontrado no local. A equipe refez o trajeto realizado
pela quadrilha até Ceará-Mirim. A estrada em boas condições permitiu que
o caminho fosse feito em menos de 40 minutos. Em Santa Maria, poucas
pessoas sabiam do ocorrido. No destacamento da Polícia Militar, não
havia informações de que uma vítima de sequestro havia sido abandonado
por lá. Após ser liberado pela quadrilha, ele procurou um bar, aberto
durante a madrugada, para conseguir contato com a família e pedir ajuda.
Crime não é comum no Estado
Privar alguém de sua liberdade, mediante
sequestro ou cárcere privado é crime previsto no Código Penal
Brasileiro, com pena de reclusão de um a três anos. A pena é agravada
caso a vítima seja vítima de maus-tratos ou sofra grave sofrimento
físico ou moral. O Rio Grande do Norte não possui alta incidência de
registro desse tipo de crime. Apesar disso, o temor da população em
relação a essa prática criminosa tem possibilitado a ocorrência de
variações do sequestro: como o falso-sequestro. Isso costuma ocorrer
quando criminosos se passam por parentes das vítimas e pedem valores em
dinheiro como resgate. Sem conseguir contato com o familiar por algum
motivo, o alvo dos criminosos se desespera e por vezes torna
bem-sucedido o plano dos bandidos. Outra variação do crime é o
sequestro-relâmpago. Isso ocorre quando vítimas são abordadas por
criminosos que geralmente as levam para agências bancárias com intuito
de conseguir dinheiro. Logo depois de alcançado o que era desejado, a
vítima é libertada.
fonte:tribunadonorte
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