Vírus da Aids atinge mais de 700 mossoroenses


O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que carrega consigo uma das doenças que mais matam no mundo, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), tem ganhado notoriedade em Mossoró pela quantidade de novos casos detectados em mulheres, que antes não eram o grupo de risco mais visado. De acordo com o médico infectologista Alfredo Passalacqua, o número de detecções da doença em mulheres tem crescido gradativamente, e a expectativa é que cresça ainda mais, visto que uma série de fatores as colocam em um grupo considerado de risco.
"Há alguns anos, a disparidade entre homens e mulheres era gritante, quando o assunto era HIV. A doença surgiu em um meio homossexual, e por isso matou muitos homens logo de cara, mas atualmente tem começado a haver uma equivalência. Antes tínhamos nove homens infectados para cada mulher, hoje esta diferença é bem menor", esclarece o infectologista.
Ele explica que a cultura machista, que ainda é muito forte na região, facilita a contaminação das mulheres. Ele comenta que muitos homens realizam sexo com várias parceiras, e exigem que na relação não se use o preservativo, o que potencializa o quadro de infecção da doença.
Segundo dados do Hospital Rafael Fernandes, hoje Mossoró possui 733 infectados com o vírus HIV, dos quais 401 homens.
Do total de infectados, 569 pessoas já desenvolvem a doença, sendo 331 homens, 229 mulheres, sete adolescentes e duas crianças.
"É preciso entender essa diferença, o portador do HIV possui o vírus, mas nem sempre desenvolve a doença. Os dados mostram que a grande maioria dos pacientes já possui a Aids, que é a patologia, e que poderia ter sido controlada e até estabilizada com diagnóstico precoce", comenta uma das enfermeiras responsáveis pelo setor de infectologia do Rafael Fernandes, lembrando que o vírus HIV nem sempre está sujeito às "doenças hospedeiras" que surgem com a Aids.
Rio Grande do Norte é o estado brasileiro com o maior crescimento no número de mortes por Aids
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Rio Grande do Norte é o estado brasileiro onde o número de mortes mais aumentou nos últimos 10 anos. Segundo dados divulgados pelo jornal Tribuna do Norte, de Natal, entre 2002 e 2012 houve um avanço de 176,9% nas mortes entre pessoas com o vírus HIV no Estado.
Os dados impressionam, pois se comparado a outros estados, a preocupante situação do Rio Grande do Norte fica mais explícita. Um dos exemplos apresentados é o do estado de São Paulo, onde houve redução de 32,3% nos casos de óbito pela doença. No Brasil, cerca de 36 mil pessoas contraem a doença, que ainda não tem cura.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, que datam até dezembro de 2012 o panorama da Aids no Brasil, o número anual de mortes no país é de 11,5 mil, e o número total de casos registrados era de 656.701, quantidade que deve ter atingido proporções maiores, tanto pelo aumento natural no número de casos, quanto pelo intensivo trabalho de detecção precoce da doença, o que potencializa os dados à respeito de pessoas contaminadas.
Que práticas contribuem para a contaminação da Aids
*Relações sexuais sem preservativo
*Transfusões de sangue sem o devido cuidado
*Compartilhamento de seringas
*Utilização de materiais com deficiência na esterilização - Tatuagens
Quais práticas não têm influência para a contaminação da Aids
*Beber água no mesmo copo
*Comer utilizando os mesmos talheres
*Beijar
*Relações sexuais com devido cuidado e proteção
por:omossoroense

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