Delegado poderá convocar Henrique Alves para depor sobre assalto de assessor

HenrAlves
Por: Alex Viana - Jornal de Hoje
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, poderá depor na Delegacia de Repressão de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Distrito Federal. A informação foi revelada na manhã desta sexta-feira, pelo delegado Fernando César Costa, que investiga o roubo de uma maleta contendo R$ 100 mil de um assessor da Presidência da Câmara dos Deputados.
O fato aconteceu no último dia 13 de junho e foi revelado nesta quinta, por reportagem do jornal Correio Brasiliense, do Distrito Federal. De acordo com o jornal, a maleta estava dentro do carro do secretário parlamentar Wellington Ferreira da Costa, de 53 anos, que trabalha no gabinete de Henrique Alves. Informações locais apontam que Wellington conhece e trabalha com Henrique há muitos anos, sendo amigos desde a juventude.
O crime ocorreu por volta das 13h30, quando dois homens armados com revólveres interceptaram o carro de Wellington quando ele e sua família passavam pela L4 Norte, próximo ao Minas Tênis Clube. Os assaltantes em um Fiat Strada de cor branca jogaram o carro na frente do Ômega de Wellington. Sem conseguir frear, Wellington acabou colidindo com a traseira do outro veículo.
No Ômega assaltado, estavam a mulher do secretário parlamentar e a filha dele. Os criminosos desceram sem encobrir o rosto e se identificaram como policiais civis. Inclusive apresentaram distintivos. Em seguida, revistaram o Ômega e encontraram a maleta com o dinheiro. Levaram ainda um telefone celular, um tablet, documentos pessoais e cartões de crédito de Wellington.
Em depoimento à polícia, Wellington não forneceu outras características dos autores. Ele informou, através da assessoria de imprensa, que não comentaria o caso, nem mesmo a origem do dinheiro e para onde o montante seria levado.
PLANEJADO
O delegado Fernando César Costa, da Delegacia de Repressão de Roubos e Furtos da Policia Civil do Distrito Federal, informou na noite desta quinta-feira, porém, não ter dúvidas de que as pessoas que levaram R$ 100 mil de Wellington participam de um grupo que tinha informações privilegiadas sobre a vítima.
Para o delegado, participaram do assalto ao funcionário do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) outras pessoas além dois que cometeram o crime, no último dia 13. O delegado disse ainda que chamou atenção no caso o fato de o dinheiro ter sido sacado por Wellington três dias antes do ocorrido.
"Passou-se muito tempo entre o saque e o furto. Com certeza os envolvidos tinham informações privilegiadas. Sem dúvida, sabiam que a vítima estava com esse montante de dinheiro no carro. Geralmente, furtos de saques ocorrem minutos depois, horas depois do saque, e não dias depois", disse o delegado.
O delegado disse também que a origem do dinheiro será investigada e que, se necessário, chamará para depor inclusive o presidente da Câmara. Wellington foi intimado para prestar novo depoimento nesta quinta e não compareceu. O delegado afirmou que ele será chamado novamente e se necessário poderá levá-lo a depor até de forma coercitiva.
Os dois assaltantes apresentaram distintivos da Polícia Civil, mas muito provavelmente eles não são policiais, disse o delegado, que ressaltou que isso ainda está sendo apurado. Apesar de os ladrões terem levado R$ 100 mil que estavam no carro do assessor, o delegado Fernando Costa disse que não se surpreende com o valor, pois é comum em Brasília que pessoas andem com grandes quantias. Ele ressaltou que a cidade reúne muitos funcionários públicos e políticos.

Comentários